19/06/2008

Das penas

Como ainda vivemos na época da superprodução, as penalidades dizem querer consertar o criminoso, readaptá-lo ao funcionamento normal da máquina social, o que não é nenhuma novidade, leia-se: Foucault. Mas o que a bondade cristã da nossa moral, velada na filosofia de hoje, não nos deixa enxergar é que extravasar o sentimento de vingança é prova e reafirmação dos valores que defendemos. A pena não é mais que uma tortura para o criminoso, enquanto é nossa rejubilação moral. A pergunta correta seria: que tipos de sofrimentos queremos impingir? O homem bondoso esconde esta verdade detrás de argumentos que ele crê puramente racionais enquanto a própria razão é sua venda.

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