03/02/2008

Intelectuais II

Por que preferimos ouvir quem não tem nada a dizer em lugar de intelectuais? Por que as ditas “ciências” humanas apagam-se? Onde está a voz dos filósofos? O intelecto foi ultrapassado pelo vazio pós-moderno, mas por que o queremos? Antes de refletir a transição que nos deixa perdidos no escuro moral, nosso gosto deixa claro que o modelo de intelecto das universidades só está ainda contemporâneo nas verdadeiras ciências - as exatas e biológicas. As verdades construídas, e não menos profundamente verdadeiras, das inadequadamente chamadas “ciências” humanas e congêneres, já não ressoam fora da academia, como a imbricada teia dogmática teológica pouco ressoa fora dos mosteiros. Por quê? A universidade é um modelo anacrônico, é um pequeno estado intelectualmente livre dentro do estado - vejam sua hierarquia, sua padronização, sua estagnação – em tudo ela o copia.

O que decai é o estado moderno. É ele que beira a reinvenção. Seu modelo intelectual vai junto.

Ps – por isso os doutores amam tanto Gramsci. Ele lhes dá o que já não têm mais – poder - como se a educação formal forjasse uma elite a conduzir à grande revolução. O italiano é o primeiro sintoma da fraqueza – tentam construir uma teia ilusória de poder dentro de seu próprio ninho. O tempo vai deixá-los presos nela ou, antes, escapam na reinvenção ao lado do estado.
É mais provável que, no futuro, encontremos velhos nomes em novos corpos

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