10/02/2008

O Beija-Flor e o Fogo

Betinho contava uma história: Um dia, pegou fogo na floresta. Os animais correram em fuga, então, o leão encontrou um beija-flor voando em direção às chamas com água em seu bico e perguntou-lhe – o que você está fazendo beija-flor? Ele respondeu – a minha parte. Eu continuo o conto: Minutos depois, como era de se esperar, um segundo beija-flor encontrou o primeiro carbonizado e pensou – que idiota. Usando de sua habilidade para falar, coisa que só as fábulas dão aos beija-flores, aproximou-se dos elefantes e os convenceu a montar uma brigada. Organizou vários animais e liderou o levante contra o fogo. Em seu pequeno bico, não cabia água suficiente, mas sobrava inteligência. Em sua alma, não cabia Kant, mas transbordava Homero. O leão espalhou a história do primeiro beija-flor, e ela chegou até nós, mas devemos as nossas vidas ao segundo, um líder poderoso e sábio.

A despeito dos imperativos religiosos, kantianos e congêneres, na natureza não há dever. Quem cumpre cegamente um dever, é queimado sem piedade nem dó. Quem cria seus deveres, vê além, constrói a sua realidade não com a chatice da ordem, mas com a sagacidade da inteligência, esse domina a natureza.

É incrível nosso atraso intelectual, as massas maravilharam-se com a história original contada na televisão!

Será coincidência, no conto original, que o beija-flor tente apagar exatamente o que Prometeu nos deu?

Um comentário:

Duda disse...

Mas quem vc acha q eh o beija-flor q virou martir?