23/11/2007

Torpor

Menina bonita dos campos de papoula
me plante,
me regue,
e me colha.

Me leve como o pólen que pontilha o espaço
na dança frenética
ao fecundar dos machos.

Me feche hermético num plano de felicidade
que não se tem há séculos
e está longe das trindades.

Seja o instante tudo que tenho e tive
e a rima da forma
o que me exprime.

Que música soe constante nos meus ouvidos
para aplacar a dor
dos meus insanos gritos.

Seja além de minha tumba,
minha cruz,
que hoje se morre para viver
entre a penumbra e a luz.

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