18/03/2008

Ódio à Humanidade

O ódio repele, espeta a presença do outro, mas isso é só uma farsa. Afastar-se, quando conscientes disso, é preservar, é procurar um sentido para manter o outro em nossos pensamentos. Inconscientes, deixamos o vento do tempo levá-lo. Ódio é consciência da imposição de si sobre o alheio, afirmação do eu, contraste radical ao outro. Ele pode intoxicar, mas é o homem que faz das drogas, remédios.

Odiar o humano com sabedoria pode ser o remédio de nosso amor – só o espírito jovem, imaturo abraça as causas pela explosão em lugar do sentido. Saber odiar, combater, destruir é também processo de construção, e é no amor que plantamos o futuro, no sentido do afeto pelo outro que erguemos auroras.

O ódio é o irmão furioso do amor, mas cuidado, ele embriaga muito fácil longe do seu fraterno pacificador.

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