26/01/2008

Cinevida

A luz que me banha
e o mar de som,
o mundo em volta de mim
na tela plana
onde
curtamente vivo.
A população mundial lá fora,
a dor real
e o gosto do amor
em anestesia.
Aqui, o tiro,
a trama,
o tempo preguiçoso
e o sangue sobre-humano
me atingem no peito,
e eu sinto a dor fingida,
que é dor ainda.
A menina comum,
no meio da sala,
deixa escapar o significado daquele diálogo complicado,
mas isso não importa,
a história segue sem ela
e todos chegamos ao final.
Aqueles retalhos se subseguem,
fazem um sentido maiorque ninguém tem um que sirva para todos.

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