Eu aqui,
deitado com as pernas pro alto,
sei da fome do mundo,
das mortes,
do desejo de que a vida seja mais que comida e sono,
da angústia sob a mira das armas,
mas não me dou conta de nada disso –
tudo passa etéreo como a impressão do sonho que se esqueceu.
O que sou são minhas pernas
no alto da almofada
sobre a cama,
onde recosto a cabeça
na paz do meu presente desculpado.
O mundo é uma parte de mim
onde vagam os pensamentos sobre aquilo que nunca vivi,
mas ouço existir.
Que culpa tenho se a vida insiste em transbordar minha almofada?
Essa é a verdadeira tragédia.
02/01/2008
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