02/01/2008

Na Noite do Meu Corpo

De noite posso cheirar a terra úmida
impregnada no ar,
a grama cortada
e o rio que vai se anunciando entre pedras,
a agonia aguda dos insetos de vida curta,
o amanhã que virá,
haja o que houver;
de noite,
embebido nas ilusões do sono,
minha casa está em mim
e todo o resto é intangível.

De noite, quase esqueço do tedioso homorrítimo do relógio digital
programado para me acordar ao seu fim,
e embalo na noite do meu corpo.

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